A instrução e as províncias - Vol. III

não se reservou um programa cabal, àquela fração da sociedade que não se destinando aos estudos superiores, por sua fortuna, posição social e profissão não deve ignorar. Não é este o principal defeito do regulamento; é na impossibilidade de sua execução por falta de pessoal capaz de prover ao ensino das cadeiras de 2ª classe, e portanto com muito maior razão ao das de 1ª exige mais extensas habilitações; pelo que têm ficado burladas as intenções do autor do regulamento que, não há servido senão para facilitar a criação de aulas da 2ª classe com manifesto prejuízo do serviço e improdutivo dispêndio dos dinheiros públicos da província. "O ensino público da província é um ensino negativo, que sem dar nada, ou dando pouco, gasta e estraga muito" diz o diretor da instrução. O crescido número de cadeiras tem inibido o província de pagar bem aos mestres, porque sendo assaz limitado os seus recursos, para dar muitas escolas, é de mister que a respectiva cifra subdividida vindo para tanto tocar ordenado muito insignificante a cada professor; acresce que subindo o número de cadeiras se dificulta a escolha. É ponto incontroverso que não haverá para a instrução bons mestres, enquanto o professorado não houver subido à altura de sua missão, enquanto lhe faltar o respeito e consideração que merece. Entendo que a instrução aproveitará com a supressão de muitas dessas cadeiras de 2ª classe, das quais não tira o povo utilidade alguma, antes só prestam para dar às crianças viciada alimentação do espírito. Pague-se melhor o professor e dele exija-se como na Prússia, de não andar distraído em funções alheias ao professorado. Se convém oferecer maiores vantagens aos professores é certo que dessas medidas não resultará senão poucos benefícios se alguma outra não for previamente tomada, no intuito de formar bons professores. Para esse fim dois são os meios adotados: Escolas normais e constituição de professores adjuntos. Não aconselhando