nossos modernos Sociólogos, de que o homem é fraco no Brasil e o Brasil pobre no mundo, por falta de alimentação adequada do seu povo e de outros requisitos de higiene coletiva. Com todo o exagero que contenha esta afirmativa tomada assim rigidamente, sem uma certa prudência científica, ela é bem mais salutar ao país do que a afirmativa retórica dos antigos discursos políticos de que "o Brasil é um país feliz onde ninguém morre de fome. Notáveis trabalhos vêm surgindo ultimamente, pondo os pontos nos "ii" nesta questão social: aí está o livro recente de Afrânio Peixoto — que aliás sempre foi uma exceção, contando as realidades exatas de nossa formação e não os lirismos de nossas abstrações de poetas —, Clima e saúde, obra de uma clareza e rigor científico admiráveis, onde o seu autor mostra como a alimentação constitui uma espécie de ponte, de dispositivo através do qual o meio natural — clima e solo — atua sobre os grupos humanos, e como a alimentação no Brasil tem influenciado o nosso tipo de brasileiro e o nosso tipo de cultura.

Também Roberto Simonsen na sua magistral História econômica do Brasil, nos trouxe um subsídio inestimável à história de nossa alimentação, mostrando as possibilidades econômicas e as reservas alimentares do país em várias fases de nossa história colonial.