Woehler, executando a surpreendente síntese da ureia fora do organismo vivo, deu origem à Química Biológica como ciência autônoma. Consolidando ainda mais estes conceitos, foi estabelecida por Robert Mayer e Helmholtz a lei da conservação da energia que Rubner demonstrou ser matematicamente verdadeira, aplicada ao organismo vivo.
Foi do renascimento do conceito cartesiano da máquina viva que surgiu a compreensão do valor útil fisiológico do alimento como fonte de energia vital, isto é, como fator indispensável na equação bioenergética.
Graças a estes estudos foram os fenômenos vitais incluídos no grupo geral de todos os fenômenos da natureza — transformações sucessivas de energia e de matéria. Fenômenos estes que se subordinam nos seres vivos a duas classes opostas: fenômenos de desintegração com degradação de matérias químicas e libertação de energia, e fenômenos de reintegração e de síntese com absorção e armazenamento de energia. Esta oposição harmônica de fenômenos de construção e de destruição mantêm o equilíbrio dinâmico da matéria viva. Baseados na lei de Mayer e Helmholtz, verdadeira nos seres vivos, conclui-se que eles não criam nenhuma energia, retirando toda ela dos alimentos como a máquina a vapor retira a força de seu trabalho, da energia contida no carvão de pedra.