Conclui-se mais ainda como evidência científica que o antecedente do fenômeno vital é sempre um fenômeno químico e que a energia potencial dos alimentos é a primeira fase do sistema de transformações que sofre a energia através do transformador vivo. Dentro deste conceito bioenergético, o alimento, além de fornecedor de matéria, é fonte de energia vital, satisfazendo integralmente as duas grandes necessidades biológicas do organismo: a reintegração material (papel plástico dos alimentos) e o fornecimento de energia (função dinamogênica). Chegados a este conceito, os fisiologistas dos fins do século passado julgaram ter surpreendido toda a mecânica da alimentação, pelo conhecimento dos valores plásticos e energéticos das substâncias alimentares. Verificou-se, porém, que os fenômenos alimentares são realmente mais complexos do que as simples equações físicas e químicas que se podiam estabelecer com lápis e papel. E concluiu-se que o conhecimento químico analítico das substâncias alimentares não exprime integralmente o seu valor biológico, mas impõe-se, para o seu conhecimento exato, a experimentação fisiológica, estabelecendo-se daí uma lei geral de nutrição: que todas as conclusões sobre a fisiologia do alimento não podem ser estabelecidas senão em relação aos organismos consumidores. Estas verificações foram feitas por dois grupos de observadores com preocupações diversas: de um lado médicos em sua clínica, de outro