Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

Em 18 de fevereiro de 1821 o rei concordou em que uma junta examinasse as partes da constituição que pudessem ter aplicação ao estado do Brasil. Compunha-se ela das seguintes pessoas:

Marquês de Alegrete — Presidente, Barão de Santo Amaro, Luís José de Carvalho e Melo, Antônio Luís Pereira da Cunha, Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, João Severiano Maciel da Costa, Camilo Maria Tonelet, João de Sousa de Mendonça Côrte Real, José da Silva Lisboa, Mariano José Pereira da Fonseca, Javo [João] Rodrigues Pereira de Almeida, Francisco Xavier Pires, José Caetano Gomes, e o Procurador da Casa [de Suplicação] José de Oliviera Botelho Pinto Masquiera [José de Oliveira Pinto Botelho e Mosqueira]. Secretários: Manuel Jacinto Nogueira da Gama, Manuel Moreira de Figueiredo; Secretários Substitutos: Coronel Francisco Saraiva da Costa Refoios, Desembargador João José de Mendonça.

Todas estas pessoas estavam ansiosas em reter o rei no Brasil. Pela maior parte eram brasileiros e haviam sentido a vantagem de ter no meio deles a sede do governo, e, posto que os aliados estrangeiros do rei e seus súditos portugueses insistissem junto a ele para que voltasse à Europa, o pavor que este tinha pelas Cortes de Lisboa, aliado com o natural desejo de detê-lo no Brasil, tiveram como consequência um manifesto, datado de 21, pondo em relevo a afeição que tinha pelos súditos brasileiros, e a confiança que neles depositava. Declarava que estava decidido a enviar o príncipe Dom Pedro a Lisboa, com plenos poderes para tratar em seu nome com as Cortes, que ele parecia considerar como compostas de súditos rebeldes.

O príncipe deveria também ouvir as Cortes acerca da redação de uma constituição e o rei prometia adotar