Cortes."(*)Nota do Tradutor O bispo apresentou-lhe, então, os Santos Evangelhos nos quais pôs a mão direita e solenemente jurou, prometeu e assinou.
O príncipe jurou, em seguida, em seu próprio nome e foi logo seguido pelo irmão, o infante Dom Miguel, após o que os ministros e uma multidão de outras pessoas se acumulou para seguir-lhes o exemplo. Entrementes o príncipe cavalgava para São Cristóvão, casa de campo do Rei, punha-o ao par de tudo o que se havia passado, e suplicava sua presença na cidade, como o melhor meio de garantir a ordem e a confiança. Sua Majestade, em vista do que, partiu imediatamente e chegou à grande praça cerca de 11h, quando o povo tirou os cavalos de sua carruagem e conduziu-o a palácio, seguido pela tropa, que, como em dia de gala, formou na praça diante das portas. Numa das janelas centrais apareceu então o Rei, confirmou tudo o que o príncipe havia prometido em seu nome, e declarou, ao mesmo tempo, que aprovava tudo o que tinha sido feito.
A tropa então se dispersou e o Rei convocou um conselho que teve numerosa concorrência. O dia terminou no teatro da ópera, tendo o povo se reunido de novo para puxar o carro do rei para ali.
Seria curioso investigar os sentimentos dos príncipes em ocasiões tão graves para eles e para o povo. Dom João VI, apaixonado cultor da música, foi puxado por um povo, grato pela graça concedida naquele mesmo dia, para um teatro construído por ele próprio, onde toda a parte vocal e instrumental foi escolhida com gosto exímio e onde se apresentou uma peça que era sabidamente sua predileta.(34)Nota do Autor Contudo, é lícito indagar se poderia haver em seus vastos domínios um coração menos a gosto que o seu. Todos seus sentimentos e preconceitos inclinavam-se para a antiga ordem de cousas e naquele dia tais sentimentos e preconceitos haviam sido obrigados a curvar-se perante o espírito dos tempos, em face de um disseminado