únicas construções nessa extraordinária linha de rocha. Passamos pelo porto através de barcos de todas as nações, com a cidade de um lado e o recife de outro, até que chegamos a um dos largos rios sobre o qual os holandeses construíram uma bela ponte de pedra, agora em ruína. Ficamos assaz surpreendidos com a beleza da paisagem. As construções são bastante largas e brancas, a terra baixa e arenosa, salpicada de tufos verdes de vegetação e ornada de palmeiras. Há poucos anos uma enchente violenta quase destruiu a maior parte do centro da ponte. Contudo os arcos ainda servem para sustentar as leves galerias de madeira de cada lado, e as casas e portões ainda permanecem de cada lado. Desembarcamos bem junto à ponte e fomos recebidos pelo coronel Patronhe [Patrone], que apresentou as desculpas do governador por não ter podido receber-nos, porque estava reunido o conselho(44).Nota do Autor O coronel conduziu-nos ao palácio do governo, prédio muito belo, diante de uma praça, e com uma torre, e entramos no que havia sido evidentemente um esplêndido vestíbulo. A douração e a pintura ainda permaneciam em alguns pontos do teto e das paredes, mas agora está ocupado por cavalos, que permanecem arreados, soldados armados, prontos para montar ao mais pronto aviso, tudo alerta, canhões à frente com morrões acesos, e um ar de alvoroço e importância entre os soldados, que provocava uma espécie de curiosidade simpática em relação ao possível e imediato destino deles. Ao subir encontramos quase a mesma confusão, já que o governador que residia até então nos arredores da cidade, acabara de chegar à casa de Santo Antônio, que era outrora o colégio dos jesuítas, não só para ficar no centro dos acontecimentos como para garantir a sua família, no caso de acidente, visto como os postos avançados dos sitiantes ficavam muito perto de sua antiga residência.