o Senhor N., como velho amigo, dirigiu-se ao galinheiro e deu ordens para uma excelente refeição. Enquanto ela se preparava, fomos ver a cerâmica, que faz somente rude louça vermelha. A roda usada aqui é a mais grosseira e primitiva que já vi e o oleiro é obrigado a sentar-se ao lado dela. O barro tanto para os potes como para os tijolos é extraído do local. É rude e vermelho, e amassado com os pés dos burros, mas em tudo que usamos ferramentas são empregadas aqui as mãos nuas dos negros. Os fornos para assar os tijolos e potes são em parte escavados no morro e fechados na frontaria com tijolos. Deixando a olaria, galgamos o morro que assinala a primeira aproximação de Nossa Senhora da Luz; ao subirmos o íngreme e rude flanco, nossos cães perseguiram um rebanho de carneiros, de modo tão pitoresco e precioso como o próprio Paul Potter(*)Nota do Tradutor o teria desejado. Eles haviam estado jazendo em volta da raiz de uma imensa acácia velha, decorada de inúmeras parasitas, algumas das quais penduradas como hera do tronco e outras trepando até os altos ramos e dali caindo em guirlandas sedosas e cinzentas, ou como as tilândsias, adornando-a com centenas de flores cor-de-rosa e brancas. No meio disto muitas formigas e abelhas haviam feito ninho e tudo estava transbordando de vida e beleza.
A lua ia alta muito antes de voltarmos de nossa excursão e muito antes da chegada de nosso hospedeiro. Se o embaixador de Nápoles que disse a Jorge III que a lua de seu país valia o sol da Inglaterra tivesse estado no Brasil, eu quase poderia perdoar a hipérbole. A luz clara e suave agindo em tal cenário e a fresca e confortadora brisa da tarde, depois de um dia de calor intolerável, tornam, de fato, a noite o momento de prazer neste clima. Nem eram desagradáveis os rudes cantos dos negros, a carregarem os barcos que deviam estar prontos para zarpar para o porto com a brisa de terra matutina.
Quando estávamos olhando a baía, apareceu um barco maior: aproximou-se da costa e nosso hospedeiro,