Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

refrescar-se na baía, completando assim a cena. O gado é aqui grande e bem conformado, um tanto como a nossa raça Lancashire, e de cores variadas, ainda que predominantemente vermelho. Ao dobrar um promontório à margem, chegamos a uma igrejinha branca, com algumas árvores veneráveis em torno(*);Nota do Tradutor além dela ficava a casa, com uma comprida varanda, sustentada por colunas brancas, e, ainda adiante, o engenho de açúcar, a cerâmica e a olaria. Desembarcamos junto à casa; mas como a praia é rasa e lamacenta fomos carregados para a praia pelos negros. Não há nada mais belo que a paisagem aqui. Da varanda, além do primeiro plano doméstico e pitoresco, vemos a baía manchada de ilhas rochosas. Uma delas, chamada Itaoca, é notável por ter sido, na opinião dos índios, a residência de uma pessoa divina. Está ligada às tradições relativas ao benfeitor Zome (Sumé], que lhes ensinou o uso da mandioca e em quem os primeiros missionários aqui imaginaram ver o apóstolo São Tomé.(**)Nota do Tradutor Consiste em uma imensa pedra rachada de alto a baixo e um pequeno espaço de terra e areia em volta, no qual há árvores e arbustos da mais fresca verdura; algumas outras ilhotas são lisas e outras têm, de novo, casas e lugarejos. O conjunto da cena é limitado pela Serra dos Órgãos, cujos cumes enroscados e fantásticos, atraindo as nuvens que passam, proporcionam uma permanente mudança para os olhos.

Verificamos que devido à nossa negligência em mandar previamente um aviso de nossa visita, nem o proprietário, nem sua house-keeper estavam em casa. Contudo,