Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

a cama pela primeira vez desde que deixei o Rio de Janeiro. Estava tudo acabado; dormi longamente e descansei; quando acordei foi para tomar consciência de que estava só, e viúva, com um hemisfério entre mim e meus parentes.

Muitas coisas dolorosas ocorreram. Mas tive também conforto. Encontrei simpatia e auxílio fraterno em alguns, e não fui insensível ao comportamento afetuoso de meus rapazes, como eram chamados os guardas-marinha. Tive o consolo de sentir que nenhuma mão estranha havia fechado os olhos de meu marido, ou amaciado o travesseiro.

Mr. London e Mr. Kift, o cirurgião e o assistente de cirurgião, nunca deixaram a beira do leito e, quando minhas forças falharam, meu primo Mr. Glennie e Mr. Blatchly, dois guardas-marinha já aptos para promoção, fizeram tudo que é possível a amigos fazerem.

O Senhor Dance, o segundo tenente, apesar de, por doença do primeiro tenente, ter todos os negócios do navio entregues a ele, encontrou tempo para estar perto do leito de morte de seu amigo, e quer ao meio-dia, quer à meia-noite, nunca estava ausente onde fosse preciso mostrar gentileza.

Mas que poderia fazer-me qualquer gentileza humana? Minha consolação precisa vir d'Aquele que, a seu tempo, "tirará todas as lágrimas de nossas faces".(*)Nota do Tradutor