Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

o apoio que esperavam da parte dos magistrados ou do povo. Sua Alteza Real entrou então em Vila Rica a 9 de abril e ao ser saudado pelos magistrados e pelo povo(*),Nota do Tradutor

dirigiu-lhes a seguinte fala: "Briosos mineiros. Os ferros do despotismo começados a quebrar no dia 24 de agosto, no Porto, rebentaram hoje nesta Província. Sois livres. Sois constitucionais. Uni-vos comigo e marchareis constitucionalmente. Confio tudo em vós; confiai todos em mim. Não vos deixeis iludir por essas cabeças que só buscam a ruína de nossa província e da nação em geral. Viva El-Rei constitucional. Viva a Religião. Viva a Constituição. Vivam todos os que forem honrados. Vivam os mineiros em geral."(**)Nota do Tradutor

No dia seguinte o Príncipe convocou uma reunião geral e permaneceu 11 dias em Vila Rica. A única punição infligida aos conspiradores foi a suspensão dos cargos. Esta visita real ligou a ele a província tão firmemente como a de São Paulo e Rio.

Voltou ao Rio de Janeiro a 25, onde foi recebido da maneira mais linsonjeira e onde se tornou cada dia mais popular. A 13 de maio, dia dos anos do rei Dom João VI, o Senado e o povo conferiam-lhe o título de Defensor Perpétuo do Brasil, e daí por diante seu tratamento passou a ser Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino do Brasil.

A impossibilidade de continuar unido a Portugal tornava-se cada dia mais evidente. Todas as províncias do sul estavam ardentes por declarar a independência. Pernambuco e suas dependências há muito manifestavam sentimentos semelhantes, e a província da Bahia estava igualmente inclinada à libertação, apesar da cidade estar cheia de tropas portuguesas sob o comando de Madeira, recebendo constantemente reforços e suprimentos de Lisboa.