Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

inimigo de sua fortaleza na Bahia. Em consequência, os agentes do governo na Inglaterra foram incumbidos de engajar oficiais e marinheiros: alguns foram obtidos no local; outros, como o capitão David Jewett, de Buenos Aires e da América, foram imediatamente empregados; todos os esforços foram feitos para reparar alguns dos navios abandonados pelo rei Dom João VI que pudessem suportar reparos.

Afinal, a 12 de outubro, aniversário do Príncipe, estando as tropas como de costume reunidas no grande Campo de Santana, e presente grande massa de povo, o Príncipe foi de repente aclamado Imperador do Brasil. O reino mudou de título e de tratamento; toda dependência ou ligação com Portugal foi para sempre abjurada.

Este acontecimento pareceu dar novo alento à guerra da Bahia: tanto exasperou os portugueses como encorajou os brasileiros, agora certos da independência. Madeira, resolvido a conseguir, se possível, uma comunicação com Nazaré, situada no rio mais fértil do Recôncavo, e que fornece abundante farinha, enviou cem homens de um batalhão de caçadores, sob o comando do coronel Russel, para tentar a conquista da ilha do Medo, que domina o Funil, ou a passagem entre a terra firme e Itaparica, em caminho de Nazaré. Mas os barcos encalharam e eles tiveram que esperar a maré montante. Então os brasileiros, que são excelentes atiradores, e que estavam ocultos entre os arbustos da margem, visaram-nos à vontade.(*)Nota do Tradutor Outra expedição, igualmente infeliz, foi a enviada a Cachoeira. Um navio armado chegou até em frente à praça pública, exatamente quando estava repleta de povo que aclamava o Imperador. Os canhões começaram a atirar sobre a multidão, mas a maré estava baixa e os tiros, em vez de atingir o povo, só abalavam os cais, e fizeram pouco dano. Os soldados brasileiros então concentraram-se