editada em Londres. Era seu intuito corrigi-la e aumentá-la com novas observações e novos fatos, com vista numa futura edição. Este exemplar, largamente usado pela autora, foi que me coube a boa fortuna de encontrar numa livraria de Londres, a Casa Edwards, ainda conservando dentro, como marca de página, um cartão de visita do Barão de Maréschal, Encarregado de Negócios da Áustria no Rio de Janeiro, por ocasião da Independência e dos começos do Primeiro Reinado.
Os que possuem o amor do livro e o carinho pelas cousas do passado podem bem imaginar o júbilo que um tal achado me proporcionou.
Acresce que, além da preciosidade do autógrafo, as notas manuscritas de Mrs. Graham têm, muitas delas, verdadeiro valor histórico. O momento era, valha a verdade, dos mais agitados e interessantes da nossa história. Em Pernambuco, onde primeiro parou o paquete inglês de que era passageira, logo se lhe deparou o bloqueio motivado pela Confederação do Equador.
Mrs. Graham conhecera muito no Chile Lord Cochrane, a quem estava confiada a missão de reduzir por mar a revolução, e que logo a foi visitar e almoçar com ela a bordo, incumbindo-a de entender-se em terra onde ia hospedar-se em casa de seu compatriota Stewarts com o chefe rebelde e aconselhar-lhe a sujeição. A viajante estivera anteriormente em Pernambuco, sendo hospede de Luís do Rêgo e assistindo às primeiras lutas constitucionais e à organização e vitória da Junta de Goiana. Conhecia por isso Manuel de Carvalho Pais de Andrade, presidente da Confederação, o qual, segundo ela nota no exemplar de que trato, falava bem inglês e parecia ser um homem notável.
Carregou Mrs. Graham consigo algumas cópias impressas da proclamação dirigida por Lord Cochrane, de bordo da nau "Pedro I", aos insurgentes pernambucanos; uma até ficou conservada entre as folhas do livro. Conscienciosamente desempenhou a sua missão, procurando convencer Manuel de Carvalho a ceder, já que eram tão superiores as forças legais e que só podiam resultar do conflito "derrota e miséria e um desperdício da vida