Lorde Cochrane. Vi os jornais. A Imperatriz teve outro filho; se é homem ou mulher, não sei. Descarregamos o correio.
19 [de agosto de 1824] - O Almirante veio a bordo do paquete para almoçar comigo e ficou até 11h e meia. Não se pode ser mais amável; mais do que costumava ser em Quintero. Desembarquei à tarde e jantei na casa de campo de Ad. Stewart, depois do que procurei o presidente republicano Manuel de Carvalho Pais de Andrade, que fala bem inglês e parece ser homem notável. Entreguei-lhe um pacote de proclamações de Lorde Cochrane e procurei convencê-lo de que o número e poder das forças imperiais eram tais que nada se poderia esperar da persistência em seus planos, senão a derrota, a miséria e o desperdício da vida humana que, eu estava certa, ele e todos os homens de bem desejariam evitar. Disse-lhe que não obstante a sentença previamente pronunciada contra ele e seus partidários e as proclamações espalhadas pelo exército, estava certa de que, se ele confiasse no almirante e se rendesse logo a ele, poderia ter por garantidas a salvação e fuga de todos. Despedi-me então dele e prometi procurá-lo na manhã seguinte.
Na casa de Ad. Stewart no campo encontrei minha agradável amiga sua irmã, com aspecto muito melhor que antes e muito contente em seu pequeno sítio. Um curioso caso revelador da esperteza dos pássaros aconteceu-me ali. A grande arara azul reconheceu-me imediatamente e estendeu a mão para fora a fim de pousar no meu braço. Devo ainda dizer que Arica veio ver-me a bordo da "Pedro I", beijou-me os pés e ficou muito contente. Parece que desde que aqui estive há três anos, houve raros dias de paz. Ao partir Luís do Rêgo, Gervásio Pires Ferreira, que tem uma bela casa perto da Soledade, foi eleito presidente. Mas logo depois a opinião pública forçou-o a fugir para o Rio de Janeiro e o partido elegeu Afonso de Albuquerque Maranhão, e o Morgado do Cabo (donde o nome de morgadistas dado aos seus partidários) foi feito membro do seu conselho. Albuquerque foi demitido e o Morgado tornou-se presidente