História econômica do Brasil; 1500-1820

conversas. Lutando com sérias dificuldades para vencê-los, resolveu o governo da Bahia recorrer aos paulistas que exploravam, permanentemente, a indústria da guerra, como elemento básico no ofício de caça ao bugre, principal atividade da gente de Piratininga.

Daí os socorros chefiados por Domingos Barbosa Carneiro, Braz Rodrigues Arzão, Estevão Ribeiro Bayão Parente e outros. Seguiram esses paulistas com suas expedições, por via marítima, embarcando em Santos. Com o transporte dos dois últimos e de sua gente, em 1671, despendeu a Câmara de São Salvador 10:000$000, equivalentes a cerca de 500 contos de réis em moeda de hoje. Foram os paulistas bater os índios que se haviam rebelado e assassinado os vaqueiros de Aporá. Mais tarde, por terra, Domingos Jorge Velho, Mathias Cardoso de Almeida, Moraes Navarro e outros foram empregados no combate aos paiacus, janduís e icós, nas ribeiras do Açu e Jaguaribe.

"Muitos dos paulistas empregados nas guerras do norte não tornaram mais a São Paulo, e preferiram a vida de grandes proprietários nas terras adquiridas por suas armas, de bandeirantes, isto é, despovoadores, passaram a conquistadores, formando estabelecimentos fixos. Ainda antes do descobrimento das minas sabemos que nas ribeiras do rio das Velhas e do São Francisco havia mais de cem famílias paulistas entregues à criação de gado." (9)Nota do Autor

Esta informação é confirmada por Pedro Taques, que diz terem sido numerosas as famílias de São Paulo que, em contínuas migrações, procuravam essas zonas afastadas e aí se instalavam com suas fazendas de gado. Domingos Mafrense, também conhecido por Domingos Sertão, ficou no Piauí, onde fundou 39 fazendas de criar gado vacum, mais tarde doadas aos