mais interessantes de nossa psicologia e merecedor de acurado estudo.
Herdamos do velho Portugal, e mantivemos em toda a nossa evolução política um forte e profundo respeito pela justiça. A pecha que frequentemente nos atiram de sermos um povo de bacharéis, é a constatação incompleta de uma verdade digna de ser mais claramente evidenciada. Somos o povo do \"não pode\". Como este sentimento transparece na nossa história é um capítulo ainda não escrito.
Descendemos de uma nação em que a preocupação do direito sempre emparelhou com a bravura e a lealdade. Portugal é o primeiro povo da Europa cujas leis foram codificadas. Em todos os grandes movimentos da sua história, nunca faltou a figura do jurista, a projetar no campo das leis, o espírito que vencia no das armas.
O trono dos Avizes estabelece-se apoiado na espada do Santo Condestabre e nas leis do Mestre João das Regras. A invasão dos Felipes e a restauração bragantina não se passam unicamente no meio do alarido dos combates. Processam-se bem nos autos de um infindável pleito judiciário. Sentindo-se \"carregado de anos e de muitas enfermidades\", determinou o velho Cardeal-Rei, decidir em sua vida a quem pertencia a sucessão (1)Nota do Prefaciador. Para esse fim fez citar a todos os descendentes