Mocidade e Exílio (cartas inéditas)

do Ouvidor, vê-se que em todas as capitanias já se esboçava um aparelho judiciário. O seu trabalho foi principalmente o de simplificá-lo porque \"pela própria experiência sabia como as demandas eram em tanto maior número quantos mais juízes e escrivães havia\" (1)Nota do Prefaciador.

É interessante contrapor esse fato à observação de Fiske, analisando o governo de algumas colônias da nova Inglaterra já em meados de século XVII (2)Nota do Prefaciador. Os colonos ingleses, com o alto senso de justiça dos anglo-saxões, não dispunham de aparelhamento judiciário conveniente. De modo que a ideia do governo e de justiça não se ligaram intimamente como logo de início se deu no Brasil. Toda a autoridade se concentrava em um único xerife para toda a colônia, diz aquele autor. O braço da justiça dificilmente alcançava os criminosos das montanhas. Para punir um ladrão de cavalos, ou perseguir um devedor, era preciso às vezes percorrer distâncias de centenas de léguas, arriscando-se a todos os perigos de um país selvagem. De tal modo, para manter a ordem, os colonos viam‑se forçados a organizar por si mesmos a polícia e a justiça aplicando a pena de morte. Constituiram-se grupos armados, com o nome de regulators (semelhantes aos comitês de vigilância, surgidos na Califórnia no