As forças armadas e o destino histórico nacional

porque o regime político adotado o preservou de maiores ambições, bem como dos caudilhos que infestaram a América espanhola.

Se em lugar de um príncipe português a enfeixar em suas mãos a autoridade máxima por ocasião da independência, tivesse tido o Brasil um príncipe brasileiro à altura do momento histórico, a disciplina e a ordem teriam voltado aos espíritos e a organização da nova nacionalidade ter-se-ia processado em um ambiente de calma e segurança, evitadas as comoções e distúrbios que se lhe seguiram.

O grande império colonial hispano-sul-americano ao raiar para ele a independência desmembrou-se todo em nove repúblicas quando as ideias republicanas ainda não estavam amadurecidas, justamente quando se começava a discuti-las e ensaiá-las. Daí o surto dos caudilhos, déspotas e tiranos, os quais sem um suficiente preparo político e sem os conhecimentos históricos por onde auferi-lo, foram em geral mais nocivos do que úteis aos seus países. Dessas repúblicas a que entrou mais cedo e mais se deteve em um período de ordem e segurança foi o Chile, devido inegavelmente ao regime parlamentar que adotou, então já bem conhecido e praticado por quase toda a Europa, na época histórica que lhe era própria e em que ascendia para o ponto culminante da parábola da sua existência. As outras repúblicas adotaram o regime presidencial em vigor nos Estados Unidos, com pequenas modificações.

A grande república norte-americana teve necessidade por ocasião da sua emancipação política de um governo forte, de união e convergência de esforços para enfrentar a Inglaterra que já nesse tempo era a maior potência naval do mundo.

Por isso criou e adotou o regime presidencial pela federação dos estados autônomos em defesa