a sua falência no próprio teatro que tão propício lhe foi, como dissemos, aumentando em muito as prerrogativas do Poder Executivo.
Exceção do Chile, como dissemos, as nações hispano-americanas adotaram o regime presidencial por imitação aos Estados Unidos, cuja independência muito influiu na dessas nações, aproveitando-se elas do estado de fraqueza da Espanha consequente às guerras napoleônicas em que se viu envolvida pela própria independência e soberania. Esse regime político assim preferido pelo pequeno grupo de homens em evidência nesses países, onde as circunstâncias eram diversas das do país imitado, não poderia dar os mesmos lisongeiros resultados obtidos em Norte América. Dai a degenerescência em despotismo e tirania, com o cortejo de revoltas e motins determinantes da instabilidade dos governos hispano-sul-americanos e advento do caudilhismo.
As desordens brasileiras provieram da indisciplina geral consequente à fraqueza de D. João VI, aos atos públicos e particulares da desordenada personalidade de D. Pedro, ao ódio entre brasileiros e portugueses, ao próprio movimento libertador, e não ao regime político adotado, que foi o mais condizente à situação e ao momento histórico vivido e que permitiu a integração dos vastos domínios portugueses na América do Sul em um império único. Mas entre essas causas das desordens tem o primeiro lugar o chefe do novo Estado, homem que personalizava em si a própria indisciplina pela prática constante de atos incoerentes que desnorteavam os homens que o cercavam, os ministros, o povo, as classes armadas. O ato da abdicação é um exemplo concludente pois deixou perplexas as próprias tropas em revolta na praça pública para obrigarem-no a chamar ao governo o ministério demitido no dia anterior (5 de abril). Longe estavam os chefes