As forças armadas e o destino histórico nacional

da sedição de pensar em tão extrema resolução que os deixou desorientados. D. Pedro, sempre impulsivo e aparentando uma soberba calma, paradoxal ainda uma vez, foi-se para Portugal, atirando a coroa às faces dos revoltosos que ficaram entregues à indisciplina que ele não criara porém que entretivera e desenvolvera nos seus dez anos de governo.

A indisciplina governamental, a social propriamente dita ou popular e a militar nasceu como vimos, no governo de D. João, que a legou a D. Pedro, que por sua vez a ampliou e generalizou por todas as camadas da nação. Não obstante os imensos serviços que prestaram ao Brasil engrandecendo-o, preparando-lhe a independência e executando-a, os príncipes portugueses deixaram aos governos regenciais o triste legado de uma indisciplina generalizada que os absorveu inteiramente e que eles souberam combater e jugular, salvando a nacionalidade do desmembramento e preservando-a da anarquia militar que a ameaçava. Os homens da regência estiveram à altura do momento histórico,agindo firmes e vigorosos, vencendo as muitas revoltas que se desencadearam, debelando o espírito caudilhesco, amortecendo a violência das paixões políticas em evidência, preparando o advento do segundo imperador.

Diante da situação criada pela abdicação inesperada, os 26 senadores e 36 deputados residentes na corte reuniram-se e nomearam uma regência interina para governar o país até que convocado o Parlamento deliberasse este definitivamente. D. Pedro II tinha apenas seis anos incompletos.

Essa regência trina da qual faziam parte o brigadeiro Francisco de Lima e Silva, o Marquês de Caravellas (J. J. Carneiro de Campos) e o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, governou até 18 de junho de 1831, reintegrou o penúltimo ministério de D. Pedro I e cuja demissão motivara a revolta das tropas e a abdicação,