O seu resfriamento, como o da Terra, começou necessariamente pela superfície, mas a intensidade do fenômeno foi incomparavelmente muitíssimo maior.
Os dias lunares têm a duração de quinze dias terrestres e são ardentíssimos; as noites tem igual duração e são frigidíssimas. Durante estas a condensação dos elementos deveria se ter processado com grande rapidez e energia e finda cada noitada os mares e terras deveriam apresentar extensões consideráveis; durante aqueles a evaporação intensíssima das partes líquidas deveria tudo ressecar, os vapores supervenientes lançados e absorvidos no Cosmos ou atraídos pela grande massa que formaria a Terra.
Daí a não existência de água no satélite e portanto a falta de ar atmosférico que torna impossível a vida no minúsculo astro da noite. E se atmosfera existe é tenuíssima e resultante de evaporação interna que lentamente vai se dissipando pelas crateras numerosas.
Se dividido aquele turbilhão de fogo em cinquenta partes iguais, a Lua tomou a si 1/50, os 49/50 indo constituir a Terra após o novo deslocamento que sofreu no espaço, em virtude do desprendimento do bloco de que falamos e em busca de nova posição de equilíbrio na órbita que desde então vem percorrendo em torno do Sol.
Não mais se dividiram os 49/50 do turbilhão, isto é, da esfera ígnea que formou o nosso planeta, porque fenômenos geológicos supervenientes determinaram para a força de repulsão um valor menor que o da força de atração do centro do astro.