O resfriamento do globo terrestre foi lento e, como já dissemos, da periferia para o centro, este ainda hoje em ignição, conforme a hipótese mais aceita e mais verossímil, hipótese essa que é também "a mais simples e mais simpática de acordo com os dados adquiridos.''(A. Comte).
A fluidez da massa, o seu movimento uniforme de rotação e o resfriamento lento, necessariamente determinaram em obediência a leis mecânicas e físicas uma acumulação de materiais muito densos em uma grande e mesma parte da periferia. Esses materiais pela solidificação deveriam ter formado um bloco sem solução de continuidade e de bem alto relevo, o que evitou que o elemento liquefeito cobrisse inteiramente a superfície e deixasse mergulhada toda a crosta solidificada.
Assim separadas na superfície águas e terras, estas deviam ter formado um continente único e aquelas um só oceano. Lagos e mares interiores entretanto ter-se-iam constituído nessa intercorrência, aprisionados elementos liquefeitos entre elementos solidificados.
É possível que se tenha dado a formação de algumas ilhas e mesmo arquipélagos nas proximidades das costas, surpreendidos os respectivos materiais antes de se ligarem à grande massa, por um rápido resfriamento, seguido de enérgicas condensação e solidificação.
As considerações acima, um exame atento e meticuloso da superfície atual do planeta, a meditação as proporções gigantescas das tempestades do globo nessa época, o raciocínio ponderado e lógico sobre as imensas comoções geológicas que necessariamente abalaram e transformaram de muito a Terra, nos levam a conclusões senão perfeitas e exatas, ao menos, aproximadas