o patriotismo é intenso e bem compreendido, mesmo entre povos sempre conservadores e ciosos de tradições. Tendem essas desordens a agravar-se dia a dia, descrentes esses povos dos seus parlamentos com esquerdas, centros e direitas, a demonstrarem a anarquia em que vivem as classes cultas e dirigentes; com os extremismos nascentes e já mais ou menos decrépitos, ameaçando céus e terras, revelando o desespero dos cidadãos por uma vida melhor e a nenhuma confiança que depositam nos homens públicos em geral, também em geral mais gozadores do que administradores, egoístas sem qualquer parcela de altruísmo, de magnanimidade e dedicação pelo bem coletivo.
Em um tal cenário, compreendem os que estudam e meditam sobre os problemas políticos e sociais do mundo moderno, que o Trabalho, o Progresso e a Civilização estão seriamente ameaçados no seu evolver, ameaçada como se acha a paz europeia. Uma nova Grande Guerra tudo subverterá e bem possível será o surto de uma formidável anarquia geral em que os combatentes comecem por desobedecer aos seus superiores hierárquicos, trucidando-os; pondo abaixo governos e quaisquer autoridades rasgando tratados, códigos e leis; tudo destruindo em um paroxismo de selvageria e alienação mental coletiva, sem obediência a qualquer sentimento de dignidade e de respeito por tudo o que a humanidade acumulou de útil em tantos séculos.
Ou as nações europeias retornam do caminho em que marcham celeremente para o suicídio, estabelecendo entre si um acordo em que espontaneamente tomem a deliberação de não se hostilizarem e de manterem a paz a todo transe, ou então todo o imenso progresso que realizaram no mundo inteiro, dentro das suas fronteiras ficará paralisado ou destruído. A Civilização Ocidental que tanto elevaram e que, a bem dizer, constitui a sua maior glória, sofrerá um colapso formidável.