As forças armadas e o destino histórico nacional

por sua vez, por influência do meio e por educação, incapazes de se imporem nobres reações no sentido da aproximação dos povos, da qual lhes resultassem relações amenas e cordiais.

Em tal meio e em tais circunstâncias os grandes povos das grandes descobertas marítimas dos séculos XV e XVI, fronteiriços e rivais Espanha e Portugal - não podiam escapar aos antagonismos que foram sempre a herança dos ciclos diversos percorridos pela civilização e que foram talvez a causa primordial do enorme desenvolvimento progressista dos povos, em constantes descobertas e invenções, tendo sempre em vista cada qual superar o adversário em suas criações e realizações.

Esses antagonismos se por um lado serviram de estimulante às energias criadoras dos povos descobridores de novos mares e novas terras, dando-lhes força e vigor, por outro lado serviram de estimulante às rixas, querelas e disputas entre os mesmos, criando-lhes uma situação permanente de animosidades e desinteligências. Aquilo que eles deveriam ter feito em perfeito entendimento e harmonia de vistas, desbravando novas terras e novos horizontes, realizaram entre discórdias e invejas, cegos de ambição, de orgulho e de cobiça.

Assim foi sempre e daí as lutas que se tornaram perenes no planeta, dividindo e aniquilando povos e raças, os quais, se orientados fossem em rumos menos ásperos e mais humanos, teriam evitado certamente imenso número de males à humanidade.

As rivalidades assim nascidas entre Espanha e Portugal passaram às suas colônias sul-americanas, se não aumentadas também não atenuadas e prolongaram-se desde o início da colonização até cerca de um