século após a conquista da independência política, em todas elas operada apenas com a diferença de alguns anos no primeiro quartel do século XIX.
Portugal teve o grande mérito de conquistar na América do Sul um território de quase nove milhões de quilômetros quadrados e mantê-lo unido, formando uma nação única, ao passo que a Espanha dividiu os nove milhões e duzentos mil quilômetros quadrados conquistados, por nove países, sete dos quais lindam com o Brasil.
Quando independentes, as nações hispano-americanas adotaram sem exceção o regime republicano; o Brasil adotou a monarquia constitucional representativa. Foi um motivo a acrescer aos já existentes, determinantes das rivalidades entre povos descendentes do tronco espanhol e o descendente do tronco português.
Entre as muitíssimas desavenças, grande número das quais não passaram certamente à História, provenientes de incursões de espanhóis e portugueses nos imensos territórios sul-americanos, se descortina desde logo a que foi provocada pela fundação da Colônia do Sacramento à margem esquerda do estuário do Prata, pelo governador do Rio de janeiro D. Manoel Lobo, em terras que os espanhóis tinham como suas. Conversações, troca de notas, tratados, lutas, golpes de mão, assédios, resistências heroicas, capitulações honrosas e desonrosas, foram as diversas cenas do dramalhão que começou em 1680 com a fundação da colônia e que só terminou em 1777, quando foi ela definitivamente adjudicada à coroa espanhola, depois de 97 anos de hostilidades recíprocas.
Na intercorrência da questão da Colônia do Sacramento e com ela ligada, surgiu a das Sete Missões, núcleos de populações fundados por jesuítas espanhóis