antes de tudo impera o espírito generoso e justiceiro do homem aqui formado em um cenário farto, ubérrimo e dadivoso, que o afasta dessas criações bastardas, incompreensíveis e incapazes de unir os brasileiros em uma época em que a união é quase tudo e o que de melhor temos a praticar e produzir no momento para a consecução das medidas e providências que nos facilitem a realização das missões históricas que nos couberam no amplo teatro do globo, a política externa, confessemos com ufania, foi sábia e digna.
Caracterizou-se ela desde a proclamação da república por um escrupuloso respeito aos direitos e melindres dos outros povos americanos, aos quais levou a segurança da sua lealdade e da sua dedicação aos convênios e tratados, jamais deixando de concorrer para que se inaugurasse entre eles uma era de harmonia e de paz, cujas resultantes facilitassem a todos uma atmosfera saturada de idealismos nobilitantes, criando-lhes um ambiente propício a entendimentos e realizações fraternaes, libertos das velhas odiosidades que os dividiam e os afastavam uns dos outros.
A inauguração dessa política internacional permitiu que as questões de fronteiras fossem todas resolvidas entre o Brasil e os povos lindeiros ou por meio de tratados diretos entre os interessados ou por meio de arbitragens, soluções todas pacíficas e aceitas sem discrepância, pondo fim a possíveis desinteligências e a possíveis conflitos armados.
O fato de confinar com sete das nove repúblicas hispano-americanas, de ser o único país luso-americano, de haver pacificamente resolvido todos os problemas fronteiriços, com equidade e respeitoso acatamento aos respectivos tratados e arbitragens, depois de haver herdado os ódios de Portugal contra a Espanha na América do Sul e das peripécias narradas neste capítulo em virtude dos mesmos ódios, tornando-se amigo