aos meninos pobres o auxílio de livros, calçado e roupa.
É indispensável em honra da civilização desta grande capital que desapareça o fato que se dá, revelado pelo arrolamento efetuado no mês de Abril deste ano; os mapas da instrução pública indicam que as escolas primárias, tanto públicas como particulares, foram frequentadas apenas por 9.311 alunos de ambos os sexos. O arrolamento acusa a existência de 29.087 indivíduos livres na idade de 7 a 14 anos, que é a apropriada para o recebimento da instrução primária. Resulta dos dois algarismos que 13.776 meninos e meninas, isto é, três quintos da população na idade escolar, não obtém o mais estritamente necessário da vida intelectual, não aprendem a ler, escrever e contar.
O Regulamento de Fevereiro de 1854 adotou a ideia dos professores adjuntos que é boa, mas deixou-a incompleta; os adjuntos, que são os alunos que dão boas contas de si nas escolas primárias, não se aperfeiçoam, ficam na escola auxiliando os professores, vendo repisar o que já aprenderam; adquirem prática, conseguem ter mais radicadas no espírito as noções já adquiridas, nada mais aprendem porém e preparam-se para ensinar na prática da rotina. Para melhorar-se o ensino primário são indispensáveis bons professores e fiscalização severa e constante. Para ter bons professores é necessário formá-los; daí a necessidade indeclinável de uma escola normal. A vida do professorado é árdua, modesta e de verdadeira dedicação. Propõe o ministro melhoria de vencimentos, visto as condições do erário público não permitir maior justiça.