A instrução e o Império - 2º vol.

um fim de que não tira utilidade imediata, tem o direito de exigir que, no interesse da sociedade, o Estado force as crianças em favor de quem é estabelecido o imposto a se utilizarem do seu benefício. Com efeito, não basta promulgar leis reprimindo o vício e o crime, que à sociedade incumbe resguardar contra a indiferença ou negligência de seus protetores naturais, não é só uma questão de humanidade; em presença do grande número de meninos abandonados à ignorância, criados em contato com todos os vícios e expostos à influência dos mais perniciosos exemplos, quando não desperte interesse, diz um dos redatores da comissão escolar de Connecticut, esta pergunta: que faremos deles? com certeza excitará alguns esta outra: o que farão eles de nós? A educação é, pois ainda para o Estado, na frase do mesmo escritor, uma questão de defesa pessoal... A decretação do ensino obrigatório acarretará como consequência a necessidade de maior número de escolas, porque as existentes não comportarão o aumento de pessoal que há de afluir às aulas; porém toda a despesa feita com a instrução do povo importa na realidade uma economia, porque está provado, por escrupulosos trabalhos estatísticos, que a educação diminuindo consideravelmente o número de indigentes, dos enfermos e dos criminosos, aquilo que o Estado despende com as escolas poupa em maior escala com asilos, hospitais e cadeias. Por outro lado a instrução, moralizando o povo, inspirando-lhe o hábito e o amor ao trabalho, que é tanto mais fecundo quanto mais inteligente e instruído é aquele que o executa desenvolve todos os ramos da industria, aumenta