à identidade de aspirações, vistas e interesses que convém acentuar e perpetuar no movimento progressivo do país. Retirado o sufrágio ao pobre homem do povo, sem lhe darmos meios de aspirar o exercício desse direito, estamos imprimindo no país uma feição aristocrática, altamente repugnante à nossa índole, aos nossos costumes, e ao nosso regime político. Com a instrução inferior que reclamo para todos, não haverá mais um cidadão que não esteja no caso de intervir e votar nos negócios públicos, que não seja capaz de compreender e julgar com critério a conduta e as obras dos homens públicos. Vive o brasileiro indolente e pobre no meio de riquezas que desconhece ou não sabe aproveitar. A lei que propõe, mais cedo do que parece, saudará completamente a face do Brasil, dando-lhe cidadãos instruídos, laboriosos e ativos, capazes de fazê-lo rico no interior e poderoso no exterior. Temos uma lavoura desonrada pela ignorância e aviltada pela escravidão, tanto menos desejarei para os homens que podem aspirar outra vida, como para aqueles que não podem ter maiores ambições; para os primeiros porque é ingrata e impossível a quem carece de escravos, para os segundos, porque, além de faltar-lhes o estímulo do trabalho, sentem repugnância por ocupações a que só escravos tem-se dedicado. Levantado e preparado o espírito dos cidadãos, que hoje vivem de caça e da pesca, se não de sopas alheias, a lavoura recobrará os braços que atualmente lhe rouba a ignorância, o preconceito, o ócio; e os homens que tem capitais a empregar, preferirão empregá-los na cultura da terra. O açúcar e o café do Brasil