A instrução e o Império - 2º vol.

estadistas com a estatura que reclama a gestão dos mais elevados interesses públicos.

Para não cair na humildade dos ofícios, que o mundo antigo desprezivelmente chamava artes mecânicas, os moços do Brasil, que querem alguma coisa mais que isso, ou ser caixeiros, o que aliás e dificil, porque o comércio está entregue ao estrangeiro, e o estrangeiro de preferência arruma o seu compatriota, fazem consistir os seus sonhos na obtenção de empregos públicos. O plano de estudos proposto, além de habilitar a vida agrícola e dar mais lustre a comercial, melhora as carreiras, profissionais já existentes, e cria outras novas de grande proveito público e particular.

Do meu projeto se pode dizer uma cousa que me faz tremer, não por ele, mas pela causa que defendo; requer muito dinheiro. Em resposta limito-me a dizer que o simples sacrifício da despesa não deve ser obstáculo a obra de reconstrução geral que está pedindo o nosso desconjuntado organismo social e político. Peço uma reforma gradual, mas sistemática, e para custeá-la indico meios que sempre darão alguns resultados. A pretexto de economia temos adiado, como cousa menos urgente, a resolução que reclama a pobreza intelectual do Brasil, como se não fosse certo que na instrução pública está o segredo da multiplicação dos pães e o ensino restitui cento por um que com ele se gasta. Entretanto, iludidos por falsos dados, tem o governo e a legislatura aumentado despesas de outros serviços improdutivos, de modo que podendo ter gasto para melhorar, temos gasto para piorar de condição. Verdade ou não, que a partir de 1874 tem a renda pública, segundo