A instrução e o Império - 2º vol.

este fosse dado. Não pode por maior tempo perdurar esta lacuna; a instrução primária precisa ter todo desenvolvimento e convém abrir sem demora escolas públicas de mais elevado grau, nas quais se desenvolva o programa de ensino primário superior".

Ao governo deixou a comissão as graduações das escolas, alterando-as conforme as conveniências melhor o aconselharem.

No programa de 1854, aceito pela comissão, está compreendida a instrução, moral e religiosa. Julga a comissão ser essencial, nesta época de ceticismo, que faz recear o naufrágio das melhores crenças, certo cunho moral e religioso no ensino das escolas públicas... A atmosfera da escola deve ser profundamente religiosa; atirar ao coração da criança o germe da indiferença é sacrificar o seu futuro, e preparar para a sociedade o maior de todos os perigos; a instrução, pelo contrário, deve servir para desenvolver os sentimentos morais e religiosos. Não insistiríamos neste ponto se o decreto de 19 de abril de 1879 (Reforma Leoncio de Carvalho) não houvesse dispensado os meninos acatólicos de frequentarem a aula de instrução religiosa, e se, posteriormente, em consequência de um aviso do ministério do Império, não houvesse mandado retirar das escolas públicas a imagem de Jesus Cristo Crucificado..." Citando exemplos da Holanda, Estados Unidos, países protestantes, entende a comissão que a instrução moral e religiosa deve ser obrigatória.

Nas escolas mais elementares o ensino deve ser misto, sendo essas escolas dirigidas por senhoras.