frutos pequeninos, verdes ainda, pendendo dos galhos nús num outono maravilhoso. De dezembro até abril vai despejando os ouriços maduros, pardos, pesados, que se desprendem dos ramos altíssimos e retumbam no solo como esferas de chumbo. Vêm pejados de amêndoas; e muitas vezes homens e animais têm morrido esfacelados sob o terrível bombardeio.
Certamente, à normalidade dessa função vegetal, à certeza com que ela oferece as suas nozes, e talvez à perigosa queda dos ouriços, se pode manter, através de tantos desatinos e tão desvairada cobiça — intacta e venerável.
E enquanto a seringueira vai morrendo sangrada pelas machadinhas, asfixiadas pelos arrôchos, perseguida até à fronde pelos mutás que se erguem em torno do seu caule; enquanto a Castillôa desaba a golpes de machado, estrondando pela mata com os gritos loucos dos caucheiros; enquanto a Mimusops se desfaz em leite e sucumbe tristemente retalhada para o preparo da balata; enquanto a copaibeira arrombada no tronco, fenece lacrimejando a última gota de óleo; enquanto centenas de espécies vegetais se extinguem sob a exigência