À Margem do Amazonas

mais de 15.000 indígenas — o que vem demonstrar que para cada habitante há uma área de quarto quilômetros!

Não nos adiantemos mais em outras considerações. Esses números bastam para estarrecer qualquer pessoa que porventura pense por um momento nas consequências da superpopulação, da chômage, da luta de classe, da saturação, de todo esse tenebroso recalcamento de ódios que atinge o mundo inteiro.

O Amazonas é, pois, um antagonismo impressionante.

O seu mal, o seu retardamento, o seu atraso, são justamente o inverso do fenômeno sociológico que se observa por toda parte.

Precisa do que sobra nessas terras sacudidas pelas convulsões reacionárias. Precisa dessa enorme massa humana comprimida nos grandes centros de atividade industrial, bradando pelo mais sagrado dos direitos de um homem: o direito de trabalhar! Precisa desse turbilhão de operários, ululante, faminto, inquieto, revoltado contra o capitalismo, contra a religião, contra as leis, contra a burguesia,