Alta, esbelta, patenteando na fisionomia enérgica a ancestralidade paterna, dotada de uma educação intelectual rara no seu tempo, soube forjar no aço das suas virtudes o caráter de todos os filhos.
A família Vieira Lins era, pelo nascimento, rebento tradicional da nobreza imigrada nos albores coloniais à aventura ultramarina portuguesa, instalada mais ou menos oligarquicamente nos latifúndios agrícolas e pastoris, que a escravaria africana e a turba multa de servos libertos trabalhavam penosamente. Como outras, de estirpe brasonada ou guindadas à supremacia dirigente pelo prestígio incontrastável da riqueza, dominava na vida regional. Tinha representação nas câmaras, postos de comando nas milícias, lugares de relevo na magistratura ordinária, e, de posse dessas posições oficiais, influía na administração pública e se colocava acima da massa heterogênea, ignorante e inerte, de bufarinheiros e assalariados de todas as espécies.
Porque na comarca de Alagoas, como na capitania, as propriedades rurais conservavam improdutivas as suas maiores extensões, os Vieira Lins eram pessoas simplesmente abastadas, vivendo folgadamente do lucro das safras do engenho, da exploração das matas e do comércio de gado. Esse lucro, porém, não dava margem a acumulações exageradas, apenas permitindo largueza nos gastos familiares e mesmo certa ostentação na representação social.
O mealheiro da família não transbordava também nunca se fechou a sete chaves as constantes solicitações dos que a ele recorriam. Vieira Dantas e sua mulher eram