do contingente que traziam à guerra. Dessa orientação superior a eficiência da organização do movimento restaurador. Era o consórcio da inteligência com a força inconsciente da multidão. Daí o êxito da reação, que poderíamos dizer nacionalista. Exatamente por isto, a expulsão dos holandeses foi possível à revelia da metrópole.

Nas subsequentes convulsões políticas pernambucanas não houve essa preocupação. Agiram sempre isoladamente as elites.

Os chefes que promoveram a revolta de 1817 eram uns ideólogos, revolucionários de gabinete, embrenhados na metafísica das ideias novas, absolutamente incapazes de encabeçar um movimento bastante forte e amplo para abater o domínio da metrópole e implantar a república.

Nos fastos da independência nacional, antes de José Bonifácio pôr em ação o seu oportunismo, só tivemos uma concepção da eficiência revolucionária no sentido da autonomia política do Brasil. Foi a de José Joaquim da Maia, o estudante de Montpellier, procurando interessar os Estados Unidos no movimento libertador. E as razões desse apoio ele as deu, lucidamente, na sua carta a Thomaz Jefferson. Fora desse plano, só o de José Bonifácio forçaria Potugal a uma atitude de retraimento, levando-o à aceitação do fato consumado, embora com as compensações pecuniárias e as vantagens comerciais que obteve.

Diz-se, por isso, que não conquistamos a nossa independência; compramo-la. E seria rematada loucura querê-la com derramamento de sangue, expondo-nos aos azares de uma guerra,