O Visconde de Sinimbu: sua vida e sua atuação na política nacional

Os belos caudilhos das repúblicas espanholas atraíram essas forças poderosas de reação nacionalista, essas formidáveis disposições da alma gaúcha, levantando-as contra a autoridade do rei distante. E esses movimentos, com essa base genuinamente popular, refluíram da campanha para a cidade.

No Brasil o cenário social era muito diferente. Mas havia o sentimento de revolta latente contra o lusitano dominador, contra o senhor feudal, dono da terra e dos homens. Contudo os chefes revolucionários pernambucanos não tiveram a preocupação desse concurso, que poderia tornar-se uma força irresistível. Limitaram a propaganda das ideias, então chamadas anárquicas, à roda dos intelectuais de círculo limitadíssimo, olhos fitos nos quartéis, que a metrópole enchia de soldados para defendê-la de veleidades democráticas ou separatistas.

E, mais, o âmbito revolucionário circunscreveu-se ao Recife e a uma outra localidade adjacente. Não se cogitou das províncias do sul, que pela sua proximidade da Corte, eram as mais influentes. O povo, em cujo nome se apregoavam as reformas políticas e sociais, foi, por sua vez, posto à margem. Quando muito algum potentado, senhor de engenho e dono de escravos, tangeria para a frente a plebe inconsciente de serviçais de todos os matizes para representar o povo, em cujo nome se fazia romanticamente a revolução.

Vieira Dantas deu ao movimento o seu apoio, deliberado em torná-lo eficiente. Era, nessa época, uma figura popular e prestigiosa. Não lograra esse relevo pela cultura da inteligência. Intelectualmente estava ao nível dos semiletrados do tempo que saiam

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