O Vale do Amazonas

solidões do Amazonas; rendamos graças aos autores da lei de 1850!

Quem se recorda de que outrora, antes dos paquetes a vapor, a descida de Manaus ao Pará consumia um mês, e a subida podia demandar mais; quem considera que hoje isto se faz em menos de uma semana; que no Pará toca mensalmente o paquete da linha norte-americana que liga o vale do Amazonas aos mercados dos Estados Unidos, e outro de uma linha de Liverpool que o põe em direta comunicação com os portos de Inglaterra e da Europa; quem considera que uma carta pode ir hoje em 16 dias de Manaus a New York, de Manaus ao centro da América do Sul, em uma longitude ao oeste de Cuiabá, a 1.000 milhas do oceano, no coração desse Eldorado misterioso; — há de certamente cismar com delícia no porvir magnífico que os novos meios de comunicação reservam ao nosso território ocidental do Equador, e aos vastos países dos nossos vizinhos.

Colocado entre dous oceanos e entre a Ásia e a Europa, o vale do Amazonas será o centro do comércio do mundo, como nas visões de Colombo a América lhe aparecia, entre duas grandes massas de água, equilibrando a terra.