almas a sua população. Eis aqui os dados de dous anos:
ANOS - POPUL. LIVRE - POPUL. ESCRAVA - TOTAL
1854 - 167.909 - 30.847 - 198.756
1862 - 185.300 - 30.623 - 215.923
Não deve escapar ao leitor a proporção de 1 escravo sobro 6 livres. Todavia, eu julgo que há exageração no algarismo de 30.623 escravos. Na província vizinha, a do Alto Amazonas, a proporção é 1 por 45. Essa raridade de escravos é a maior vantagem econômica daquelas regiões. Demais, é difícil conservar a propriedade sobre o homem ali, nas vizinhanças de desertos e de florestas vastíssimas, sendo possível a fuga para os territórios limítrofes, em nenhum dos quais se permite a escravidão, que foi abolida há pouco no último que a tolerava, a Guiana holandesa. A indústria mais produtiva do Amazonas, a extração e fabrico da goma-elástica, não é o produto do trabalho escravo; é o índio ou o mameluco, que a preparam e vendem nos portos fluviais aos mercadantes do Amazonas. O escravo existe em algumas povoações, em engenhos de açúcar, e na pequena lavoura de gêneros alimentícios.