O Vale do Amazonas

goza de um clima reputado salubérrimo. Nas vizinhanças da cidade reside há muitos anos uma família, cujos chefes são um alemão e uma norte-americana, imigrantes dos Estados Unidos; ainda vigorosos, vivem com seus filhos uma vida semelhante a dos naturais.

Obidos é pouco inferior, mas o seu distrito é talvez mais povoado. Tem cerca de 150 casas, quase todas cobertas de telha; é dividida em 4 ruas, 7 travessas e 2 praças. Dão-lhe 1.000 habitantes, e 11.130 ao distrito inteiro. E, aí que se encontra o forte, guarnecido de artilharia de 80, de que já falei (Capítulo I, p. 53).

Perto de Obidos entra no Amazonas o rio Trombetas; nas suas florestas existem muitas centenas de escravos fugidos. Os mocambos do Trombetas são diversos; dizem que todos contém, com os criminosos e desertores foragidos, mais de 2.000 almas. Os negros, industriados talvez pelos outros companheiros de desterro, vivem ali debaixo de um governo despótico eletivo; com efeito, eles nomeam o seu governador, e diz-se que os delegados e subdelegados são também eletivos. Imitam nas designações de suas autoridades os nomes que conheceram nas nossas povoações. Os mocambos atraem os escravos; nomearam-me uma senhora que viu em pouco fugirem para ali 100 dos que possuía; outros proprietários há que contam 20 e 30 perdidos desse modo. Os negros cultivam a mandioca e o tabaco (o