influência do estupido despotismo português, e dos prejuízos e usos da metrópole ainda mais estupidos e detestáveis, não é só o governo o único culpado; talvez não seja o mais culpado. Mas é certo contudo que ministros e presidentes ignaros, indolentes e incapazes não são raros na história do nosso governo, ou são muito comuns.
À nulidade da administração corresponde a nulidade dos melhoramentos reais. Eu não falarei só da instrução popular; dir-se-á que esse fora cometimento ousado de mais e impraticável para os tempos de outrora; devo, porém, lamentar que, ainda acerca das cousas mais simples, das medidas mais vulgares, se tenha de sentir a frouxidão, inconsistência e decidia de certos governos. O Pará reclama há muito tempo uma ponte de descarga para a sua excelente alfândega; a obra já foi uma vez (em 1858) autorizada, e é da maior justiça, atento o progresso da renda. Pois bem: moveu-se dúvida, suspendeu-se a ordem, e nem sim nem não, até agora. Os baixos de Bragança dificultam entrada do porto; o navio que o demanda tem de aguardar o dia claro para fixar o ponto perigoso, e os ventos e as correntes não raras vezes o fazem perder a oportunidade: pediu-se uma barca-farol para esse lugar, uma despesa pouco superior a 40:000$00: ora um só navio inglês que ali