se perca, causa ao tesouro uma perda de direitos igual a essa despesa. Pois bem, ainda nada se deliberou.(50)Nota do Autor

Entretanto, não basta que os governos zelem o progresso material das províncias, cumpre que não agravem o mal das dissensões partidárias e da política pessoal, tão estéril quanto incompreensível. A melancolia domina o espírito, quando descobre na vida política das províncias um azedume e uma veemência de paixões que abrem por toda a parte desavenças inconciliáveis. A ostentação do ódio político é a mais desanimadora enfermidade de um povo. Porque tanta paixão no vencedor, e tanto ódio no vencido? Nada existe em nossa vida social que justifique tamanho excesso na luta. A nossa situação política é a esse respeito idêntica à da Inglaterra: aí, como adverte Montalembert, não se disputando mais sobre certos princípios fundamentais, preciosos bens já adquiridos, não se deplora esse envenenamento das lutas como em França, país em que tudo está em discussão, e todas as liberdades ainda por alcançar.

Cumpra cada um o seu dever; seja cada qual fiel à sua bandeira; mas ninguém esqueça, e antes de tudo o governo, que as disputações políticas devem resolver-se no bem público, e não alimentar-se dos ódios e das vaidades.