O Vale do Amazonas

carecem (ferro em vergas, machados, instrumentos agrícolas, pólvora, espingardas, licores, quinquilharias, etc.). A viagem de retorno, nas canoas, é penosíssima; exige às vezes três meses e mais.

Tefé (ou Ega) é um dos pontos mais risonhos do Alto Amazonas; é uma cidade, porém, que não possuí mais de 400 almas! A paróquia, segundo o censo último, tem apenas 1.894. Tefé é a cabeça da terceira comarca, que abrange cerca de metade da área da província: o censo não lhe dá mais que 5.609 habitantes. É a comarca da fronteira, e por isso a mais despovoada. Os seus habitantes são quase todos índios, e se exprimem na língua geral. Em todo esse território há apenas 88 escravos. O índio, porém, cumpre dize-lo, é ali um verdadeiro servo, e muito há que providenciar a tal respeito, como direi no Capítulo VII. Para se formar ideia daquelas solidões primitivas, imagine-se que essa metade da enorme província do Amazonas apenas contém, sem contar as cabanas dos índios selvagens do interior, 928 casas!

A pequena aldeia de Tonantins merece um momento de atenção. A proximidade do Içá (ou Potumayo) promete-lhe futuro. Por ele sobem regatões até aos primeiros portos de Nova Granada, um dos quais, onde há comandante, se acha a poucos dias de viagem da foz do Içá.