O Vale do Amazonas

a ordem públicas, e cujo adiamento os peruanos exprobram com justiça aos políticos do seu país, absorvidos nas disputações pessoais, na intolerância das paixões e nas lutas antipatriótas.

A prosperidade do Peru está, com efeito, ligada a tais melhoramentos, e sobretudo à facilidade de comunicações entre as povoações da encosta oriental dos Andes e o curso dos afluentes do Amazonas. Um navio a vela carece de 70 a 100 dias para fazer uma viagem direta dos portos do Peru aos da Europa, pelo cabo de Horn. A viagem pelo istmo de Panamá, interrompida pelas baldeações, não exige menos de 30. A esse número de dias, no primeiro e no segundo caso, cumpre ajuntar o tempo necessário para ir dos portos do Pacífico às cidades da cordilheira e especialmente às povoações das vertentes orientais, a saber, um a dous meses mais. Entretanto, a viagem direta de um ponto do curso superior de um dos afluentes do Amazonas (o Ucayali, por exemplo) aos mesmos portos da Europa pelo Pará não exigirá mais de um mês. Segundo resulta de explorações recentes no alto Ucayali, um vapor da força do Morona poderia vir do porto de Mayro (sobre um confluente daquele grande tributário), na base dos Andes, à cidade do Pará em uma dezena de dias, gastando até a Europa cerca de 30. Ora, o Mayro fica próximo de grandes povoações da cordilheira, do Cerro de Pasco, por exemplo; e daí a Lima, com bons caminhos, não são precisos mais de