O Vale do Amazonas

de íntimas relações comerciais.

Para convencer-nos de que o caminho natural de grande parte do Peru é pelo Amazonas, basta refletir que as mercadorias enviadas do Pará não vão ser consumidas somente em Loreto, Nauta, Iquitos e outros portos fluviais, mas que são remetidas para as montanhas, para Moyobamba e outros pontos, transitando pelos mesmos portos. Ora essas mercadorias vem da Europa em pequenos volumes de três e quatro arrobas, expressamente arranjados para esse fim. Ao sairem do último porto de navegação, de Balsapuerto por exemplo, começam a ser carregados, não em carroças, nem em bestas ao menos, mas nas costas dos índios por grandes extensões de péssimos caminhos. Os índios, desde a mais tenra idade, habituam-se a esse serviço de animais de carga. Transportam um peso de 3 a 4 arrobas por um pequeno salário, 4 a 5 piastras, durante 10 e mais léguas. É quase incrível a dedicação desses homens; recorda os Incas, e a submissão despótica a que eles por séculos acostumaram o povo. O atraso dessa região avalia-se considerando que a falta de braços é agravada em parte pela distração dos índios para serviços de bestas de carga! Ainda assim o comércio prospera. Suponde que se construem pontes, que se lançam aterros, que se rasgam montanhas, que se facilita a passagem a animais de carga (não se trata de estradas