O Vale do Amazonas

braço principal, o Mamoré, e nos maiores confluentes deste. Canoas que carregam 50 a 200 arrobas os percorrem em todas as estações.

Segundo o Sr. major Coutinho, que fez em 1864 uma viagem de exploração às cachoeiras do Madeira, a agricultura vai-se desenvolvendo nos mesmos departamentos, e é indústria mais exercida ali que no Alto Amazonas. O tabaco, que colhem os bolivianos, é reputado igual ao de Havana, o café ao do Rio e Ceará, e o açúcar ao de Pernambuco. O Sr. Coutinho trouxera amostras desses gêneros que em Manaus foram qualificadas de boa qualidade. Acredita ele que o gado do departamento do Beni contribuirá para aumentar depressa a exportação da Bolívia. Há nos campos do Mamoré muitas fazendas de criação, e o charque boliviano poderá ser vendido por 6$000 a arroba em Manaus, onde se sente carência de carne de vacca.

Segundo Maury, só de quina, extraída da parte do seu território compreendida na zona fluvial do Amazonas, expedira a Bolívia para os portos do Pacífico, em 1851, o valor de 2 milhões de dólares. E, para melhor se ajuizar da exportação possível pelo Amazonas, cumpre não esquecer as consideráveis remessas de lãs que a Bolívia faz das cabeceiras dos afluentes do Amazonas para os longínquos portos do Grande Oceano através da cordilheira, vencendo inúmeros precipícios, lutando com a neve e com o frio, contornando abismos,