subindo até as nuvens para descer ao nível do mar.
Isto quanto a exportação; pelo que respeita a importação dos mesmos territórios ribeirinhos, eis aqui alguns ligeiros esclarecimentos. Os gêneros remetidos dos portos do Pacífico chegam as povoações centrais na Bolívia, a sua própria capital, por um preço fabuloso, por causa das distâncias, dos caminhos e das baldeações. Além disso, a Bolívia só possui um insignificante porto marítimo, Cobija, surgidouro pouco frequentado; o seu comércio faz-se pelos portos do Peru, de que é dependente. A população dos departamentos do Beni e Santa Cruz é forçada a vestir-se com tecidos grosseiros fabricados no país, segundo informa Gibbon. A louça e o ferro são aí extremamente caros. O mesmo viajante diz que o transporte de uma tonelada de carga de Cobija a Chuquisaca (ou Sucre, capital da República) custava uma soma igual a 500$000, ou mais de 7$000 por cada arroba. Mas da Europa a Cobija, observa o Sr. Coutinho, o frete de uma tonelada é apenas cerca de 42$000. "Em 1851, acrescenta este último senhor, os gêneros importados em Chuquisaca avaliam-se em 11,000 contos. O frete representava nesse total a soma de 8,000 contos". Em Chuquisaca, observa o Sr. presidente Adolpho de Barros, quatro quintos do preço dos objetos representam o frete do transporte das mercadorias remetidas de Cobija ou Arica.