O Vale do Amazonas

viajar com presteza, reconhecemos; mas não é só a comodidade de alguns povoados que se deve atender, e sim a de todos os habitantes da província. Todos sabem que quando se trata da navegação dos rios, a dificuldade que se apresenta é a corrente, resistência contínua, e superada vantajosamente só pela força do vapor. Na descida acontece o inverso; a corrente é mais um meio favorável de que dispõe o navegante. No Amazonas uma canoa grande caminha regularmente vinte léguas por dia descendo, e mais facilmente estando bem carregada. Em nossas estradas ordinárias de outras províncias, o mais que pode avançar um comboio são oito até dez léguas. O transporte pelos rios, águas abaixo, economiza, pois, metade do tempo da viagem. Pela forte corrente que tem, o Amazonas apresentaria alguns obstáculos ao transporte de batelões rebocados por um vapor, mas assim não acontece em seus afluentes, onde a corrente é muito menor. Com a despesa que se faria com um vapor próprio para carga e passageiros, podiam-se obter duas locomotivas e os necessários wagons. Também uma mesma locomotiva serviria para os transportes de dous ou mais rios que não distassem muito. Conduzidos os wagons até os pontos de escala na parte superior dos rios, voltava o rebocador, e seguia para outro lugar. Os wagons demorar-se-iam 8 a 10 dias recebendo carga, descendo depois com facilidade. Por este meio evita-se uma grande dificuldade, que é não ficarem os gêneros desabrigados por falta de