O Vale do Amazonas

Verdade é que as experiências coloniais da Companhia do Amazonas foram mal sucedidas. Estas, porém, nunca foram dirigidas com perseverança, nem com o propósito resoluto de levar-se ao cabo a tentativa. Ilhéos, espanhóis e portugueses, e quaisquer imigrantes de climas meridionais, podem ali suportar o trabalho do campo. Núcleos agrícolas hão de necessariamente prosperar no Amazonas. As principais povoações recebem do exterior, por via do Pará, os gêneros de primeira necessidade. Como a indústria dos habitantes é geralmente a colheita ou o preparo dos produtos natarais, pouco plantam. Do Pará vem a Manaus tudo, tudo, desde a farinha até o sal, e é do baixo Amazonas que Manaus recebe o próprio gado.

Mas diz-se: o imigrante não resistirá ao clima ardente do Equador, — Esquecem uma circunstância importante; o calor é mitigado por uma densa humidade: a temperatura à noite é deliciosa. O Amazonas não é a zona tórrida. Por outro lado, pode-se dizer que a salubridade do grande vale é incontestável. A este respeito a opinião contrária vai-se modificando sensivelmente. Em uma carta dirigida à assembleia provincial do Alto Amazonas (1863) eu aduzi o testemunho de Bates, naturalista inglês que percorreu toda a linha do nosso território, e em alguns lugares, como Tefé, residiu meses e até anos. "A questão do