O Vale do Amazonas

patriotismo moribundo. Aos espíritos melancólicos, facilmente transformados em pessimistas, porque a sede de progresso é não iludida, mas exacerbada pelas cenas pungentes da nossa sociedade ainda semibarbara, a esses espíritos melancólicos ferem, como um rebate de guerra, como um grito de avança, as vozes do povo reclamando os patriótas. Os arcos triunfais e a música marcial hão de sempre, na história das nações, assinalar os grandes dias da sua liberdade. Afastando, senhores, a ideia desvanecedora do alcance pessoal da vossa honrosa felicitação, devo assinalar ao país e ao governo o seu alcance político, isto é, a sua qualidade de verdadeiro reclamo dos povos do Amazonas pela liberdade que se persistia em confiscar-lhes.

Há nas vossas florestas primitivas essas parasitas, relativamente imperceptíveis, que, vivendo da morte lenta dos troncos seculares cuja seiva as alimenta, acabam também morrendo com eles. Tal seria, senhores, o destino lugubre da política que pretendera, sufocando o povo, sobreviver as desgraças do Brasil. Mas ilude-se quem acredita que o funesto regimen da timidez, das desconfianças e das pias coloniais já fez o seu tempo? Haverá muita fantasia na fé viva que encara o futuro sem temores, e pode dizer como o poeta:



Ne sens tu pas souffler le vent mystérieux?