O Vale do Amazonas

e a conversão da considerável dívida flutuante, operação improrrogável, vem lançar cerca de 6,000 contos na verba do serviço da dívida, e muito mais hão de acarretar as pensões da guerra e a liquidação das suas despesas extraordinárias. Até que os orçamentos do exército e marinha voltem aos seus leitos naturais, o transbordamento exercerá por alguns anos a sua influência perniciosa. Mas não há olhar atrás. Cumpre afrontar a dificuldade. Dada a situação, aceitemo-la com coragem. Ora, o restabelecimento da saúde do tesouro é um exercício de medicina, que exige o apuro das mais finas faculdades do estadista. O emprego dos meios diretos, redução de despesa ou lançamento de impostos, não bastam; cumpre chamar em auxílio os meios indiretos, o fomento da prosperidade pública. A livre navegação do Amazonas será das medidas deste gênero uma das mais eficazes.

Poucos fatos há no mundo de espantosa rapidez no progresso comercial, como a do vale do Amazonas, dentro de poucos anos, depois de sentir-se a influência da navegação a vapor. Em 15 anos triplicou o seu comércio geral: de 5,000 contos (1850) passou a 15,000 (1865). Este progresso, aliás inadmissível para os agoureiros e os tímidos de 1850, serve para anunciar o que aguarda o futuro. Tão lisongeiro resultado é o do atual comércio das duas províncias brasileiras e de uma parte do Peru somente. Adicionem-se agora os outros